No mês dedicado à prevenção ao suicídio, o Centro de Convivência e Cultura Benedito Lacerda promoveu, na manhã desta segunda-feira (22), um encontro especial que uniu arte, escuta e acolhimento. O evento aconteceu na Casa da Convivência, no Centro da cidade, e teve como destaque a apresentação do coral da oficina “Contos e Cantos”, que emocionou o público com homenagens e mensagens de esperança.
Entre os integrantes do coral, a presença inspiradora de dona Celina Tavares, 94 anos, chamou atenção. Sem precisar de óculos nem para ler a partitura, ela encantou os presentes com sua vitalidade e voz firme. “Longevidade e saúde. Dona Celina é uma inspiração à vida”, comentou a fonoaudióloga Luciana Aguilar que coordena o projeto junto com a equipe, composta também pela terapeuta ocupacional Débora Jeovani e o musicoterapeuta André Carneiro.
A programação teve início com palestra da escritora Joana Pessanha, que abordou o tema do Setembro Amarelo a partir de reflexões presentes em sua obra “Livro das Pistas”. Em seguida, o coral prestou homenagem ao sambista Noel Rosa, reforçando o papel da música como ferramenta de conexão e cuidado. A apresentação foi baseada no livro Memórias Póstumas de Noel Rosa escrito por Luciana Sandroni com colaboração de Maria Clara Barbosa que conta a história de Noel Rosa de forma bem-humorada a partir de uma conversa imaginária com São Pedro no céu.
O objetivo do encontro foi ampliar o diálogo sobre a prevenção ao suicídio, destacando os sinais que podem ser percebidos por familiares e amigos, e como agir diante deles. A Casa da Convivência atua também nesse campo, oferecendo outros serviços, como o Grupo de Acolhimento e Cuidado para Famílias Atípicas, com equipe multiprofissional, entre outros serviços e atividades gratuitas.
Durante o evento, relatos emocionantes deram voz à dor e à importância da atenção. “Às vezes os sinais ficam ocultos. Como o caso de um parente do meu marido, um adolescente que pôs fim à sua vida quando os pais saíram de casa. Ele só vivia quieto no seu quarto, no computador, e ninguém imaginava que faria isto”, compartilhou uma convivente, que tem o nome preservado.
O projeto “Contos e Cantos”, que une narração de histórias e música, completa 10 anos em 2026. “A gente conta história e depois canta, daí o nome do projeto, que tem auxiliado muitas vidas”, explicou a coordenadora Luciana. Para ela, o encontro foi uma celebração da vida: “Nosso objetivo aqui é a socialização, a convivência, que dá nome à casa e ao centro.”
A Casa da Convivência funciona à Rua Visconde de Quissamã, 482, Centro de Macaé.
Jornalista Responsável: Edigarde Rodrigues-DRT-0040847/RJ
Fonte: SECOM-Macaé-RJ